domingo, 9 de maio de 2010

FHC sobe no palanque de Alckmin e Serra em SP

SÃO PAULO, 8 de maio (Reuters) - O PSDB exaltou neste sábado a herança da Presidência de Fernando Henrique Cardoso durante lançamento da pré-candidatura de Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo.

No evento, que contou com a presença de FHC, do pré-candidato à Presidência José Serra e do presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PE), cinco mil militantes também assistiram a duas horas de discursos que destacaram a experiência administrativa, em contraponto implícito à pré-candidata rival Dilma Rousseff (PT), e o combate à corrupção.

"Presidente Fernando Henrique, temos muito orgulho do seu trabalho e da sua liderança", disse Alckmin, atribuindo a ele a estabilização da moeda pelo Plano Real e a universalização da educação. Ele prometeu também agir como um "soldado" de Serra.

Uma das estratégias declaradas de campanha do PT é comparar os oito anos de governo FHC com a Presidência de Lula -principalmente quanto ao crescimento da economia.

Serra, que deixou o governo de São Paulo há pouco mais de um mês para disputar a Presidência, parafraseou o lema de sua campanha e encerrou o discurso bradando que "São Paulo pode mais, São Paulo merece mais!"

Ele chamou FHC de "exemplo na vida pública", afirmou que o PSDB "tem ideias sobre o Brasil" e alfinetou o PT e o governo Lula.

"Nossa luta no Brasil não é pra fortalecer um partido; a nossa luta no Brasil é para fortalecer o Brasil. E mais ainda, nós não demonizamos a oposição. Os oposicionistas são adversários, não são inimigos. Nós não praticamos a truculência, nós não organizamos dossiês", discursou.

Mais tarde, a jornalistas, Serra disse ainda que vê como "muito provável" uma continuidade política em São Paulo. Alckmin lidera as pesquisas, à frente de Aloizio Mercadante, pré-candidato do PT ao governo do Estado.

O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, atacou com mais ênfase. "Nossos adversários, de maneira muito clara, não têm o que dizer." Sobre a experiência anterior do partido no Planalto, Guerra afirmou que os tucanos vão "tomar com absoluta clareza as lições do governo Fernando Henrique Cardoso".

FHC PEDE "MÃOS LIMPAS"

O ex-presidente da República, sentado ao lado de Serra no meio do palanque, também defendeu sua administração.

"O governo do PSDB sempre foi um governo que nunca se esqueceu de fazer o que é necessário para a economia, mas (também) nunca deixou de ter a convicção íntima de que o que vale mesmo é melhorar a vida das pessoas."

"Quando fizemos o Plano Real, não foi pra salvar banco. Pelo contrário, muitos bancos faliram no meu tempo."

Ele encerrou o discurso gritando "Chega!" e pedindo um governo de "mãos limpas". Atacou também a inexperiência de candidatos a cargos públicos, em uma menção velada a Dilma Rousseff, que nunca disputou uma eleição. Se o PSDB não ganhar, disse, "sabe Deus o caminho que nós vamos ter".

Aliados também subiram ao palanque.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), chamou FHC de "grande presidente": "deixou importante sementes, que ainda estão sendo colhidas".

Pelo PMDB, que em âmbito nacional negocia a associação com Dilma -inclusive indicando o candidato a vice-presidente-, o presidente estadual do partido e ex-governador do Estado, Orestes Quércia, disse que "não se pode colocar na Presidência da República uma pessoa que pode ser boa... mas não tem experiência".

"O alpinista não começa pela maior montanha do mundo", afirmou, defendendo que o PMDB-SP fez uma opção "melhor" que o diretório nacional ao associar-se a Serra.

(Edição de Vanessa Stelzer)

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