quarta-feira, 7 de outubro de 2009

UMA MENINA COM A CARA DO NOVO BRASIL!! por Igor Correa de Fato

Que força estranha é essa que te leva a cantar, com essa voz tamanha, há 25 anos? Voz que cruza o país-continente nos diferentes sotaques, cores, humores e timbres da juventude? UJS é menina pouco mais velha que a nova democracia brasileira. Quando nasceu, chorou, berrou, e não deixou ninguém dormir enquanto não saíram as diretas. Menina arteira, tava no meio daquele povo que acendeu a esperança e apagou a escuridão dos tempos de torturas e matanças. Derreteu chumbo, mal sabia caminhar. Cismou que ia votar já aos dezesseis. Moleca atrevida, brincava de tinta, pintava a cara e dizia “Fora Collor!” Inventava brinquedos que os adultos só olhavam e riam,” imagina brincar de jovem curupira, que doidinha...” Mas ela não fazia caso, se encarapitava no alto de uma seringueira para dizer que a Amazônia é do Brasil, sem nem ouvir muito adulto que dizia: “desce daí menina e vai pra dentro!”. Ela não ouvia. Teimava. Diziam pra ela: “deixa de história menina, que invenção é essa de socialismo? Não vê que acabou garota? Vai estudar e ser alguém!” Ela foi estudar. Mas nunca deixou de história. Entrou em tanta escola, mas tanta escola, que escola só ela já não queria mais. Já tava na universidade. Fez da classe palanque, botou pilha, não deixou mais nada como era antes. Quando era moda “deixar de história”, história ela fazia e o tempo não parava. E ela rodava junto com a roda do mundo. E o mundo que fez de si tanta mesmice, foi enjoando de sempre a mesma coisa, dessa coisa monótona que é o pensamento único neoliberal. E o mundo foi se colorindo quase tanto quanto a alma daquela menina brasileira, que já era multicores. “Outro mundo é possível”, foi o sussurro que virou berro. A menina ficou fora dessa? Tava lá na linha de frente. Tardou mas não falhou. Na Latino-América foi tanta cor que ninguém conhecia antes, como a cor dos índios tão rebeldes que teimaram em existir, e tanto fizeram que viraram presidente. E voltaram a falar em Bolívar para os lados da Venezuela, e já não tinha parte que o povo não saísse pra rua para cantar a esperança. E a esperança venceu o medo. O operário virou presidente. A menina virou ministro e deputada. E um novo Brasil começou a florescer, como jamais se tinha visto. Um Brasil forte, rumo socialista, começou a se desenhar. E a menina, que antes só sonhava ser feliz, começou a traçar primeiros traços de felicidade real A menina se fez moça. Moça linda, alegre, corajosa, energética. O rosto dela é o rosto do novo Brasil. Brasil que já se anuncia na cara pintada do estudante, no suor consciente do trabalhador, na calça larga do grafiteiro, na coragem da mulher que não se cala, do negro que não baixa os olhos, do gay que exige respeito, e em tantos outros símbolos e gestos ainda não evidentes, mas que vão se evidenciando, emergindo à tona. Tanto ainda por fazer. Moça que só tem a vida toda para viver. Cresce, ganha a estrada, arrasta toda a massa. Não vamos deixar ninguém atrapalhar a tua passagem. A hora é essa vamos ganhar. A estrada vai além do que se vê, mas se o presente é de luta o futuro nos pertence. Os meninos e o povo no poder nós queremos ver, só há tempo a ganhar. Somos tão jovens. Não somos mais só futuro. Nós dizemos presente. Prepara uma avenida que a gente vai passar. Quem duvida do que ela pode, não conhece o que ela fez. Brasil mostra tua cara socialista. Cara de moça bonita que desaprendeu a calar.

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